segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

[ao som de Coldplay - Paradise]
Gosto de escrever com plano de fundo escuro no pc, aumenta minha concentração.
De preferência com o ambiente escuro, mas quando não dá, tento focar na tela.
Um ano depois da minha última postagem. Continuei escrevendo, só achei que o papel estava mais próximo de mim ultimamente.
Ontem estava arrumando as fotografias antigas aqui de casa: digitalizando, organizando os álbuns por lugar e data. Gosto de organizar. Deixa a vida mais prática.

"vou sair pra ver o céu, vou me perder entre as estrelas (...)
se for mais veloz que a luz então escapo da tristeza.."

E como acredito que fotografias, assim como outras formas de expressão, contam uma história, lembrei que ando meio longe da minha.
Com todas as pessoas com as quais converso dizem que 2014 foi um ano no mínimo surpreendente. E claro, porque eu não acharia isso? Após a graduação, ser aceita em um programa "tão bom" de pós era pra deixar qualquer um super satisfeito. Eu não. Sinceramente, não me satisfaço com isso.
Há algum tempo atrás ouvi que as pessoas podiam ser verdadeiramente felizes com pouco. Pouco em todos os sentidos.
Cometi o erro (?) de começar a sonhar pouco, pequeno.
Meu sonho hoje não passa de um emprego estabilizado e uma casa tranquila. Não quero dinheiro pra viajar pra fora, cansei dessa história de grande universidade, de programas de capacitação internacional, de grandes salários, grandes pessoas.
Sou pequena. Em todos os sentidos. Por dentro, por fora. Sou pequena e tenho sonhado pequeno. Não me importo em admitir isso.
O que me aborrece é a obrigatoriedade de felicidade e satisfação a qual sou imposta por conseguir uma coisa tão (ao meu ver) pequena. É só um mestrado, qualquer pessoa com um mínimo de esforço consegueria.
Hoje mais do que nunca me arrependo de todas as decisões que tomei. Me arrependo da minha formação, me arrependo da decisão de mudança pra SP. Teria conseguido o sonho pequeno se tivesse ficado. E depois poderia sonhar médio, grande, ou continuar acomodada, por que não? Qual o problema em se acomodar com o que se consegue se vc está feliz?
Não me sinto feliz, tão pouco completa e/ou satisfeita. Pra ser até bem franca, nada anda me satisfazendo.
É um post reclamão haha. Não tem agradecimento hoje, não tem coisas ruins que vem pra mostras as boas. Tem só a vida, a realidade que eu criei e que eu não gosto.

[voltando pro dvd do Pouca Vogal]

A campainha tocou agora, era um vizinho com uma entrega do correio: o Ga mandou um livro, Seis segundos de atenção, do HG. Retiro o que eu disse sobre não haver agradecimento.
Ainda há coisas boas: uns poucos amigos que mantive não por mérito, mas por insistência dos mesmos. Cá entre nós, acredito que eles sejam meio sado-maso, porque, pra me aguentar haha..

"nunca olhei pros lados pra não perder a direção..."

Eu não tenho o costume de ser pessimista. Na verdade sou aquele amigo chato que sempre vê um lado positivo nas coisas. No começo, tentei me convencer de que era a melhor saída.
Não sei se "saída" é a palavra certa. Talvez a melhor opção. Fui por um motivo, disse que era por outro. Mentir não faz bem. Menti.
Ouvir o HG hoje me faz pensar muito mais que antes, muito mais que outros.

No meio do post me dei conta de que, há algum tempo, perdi contato.

Como manter contato? [ - contato, mas com o que? com quem? ]