sábado, 31 de dezembro de 2011

Aberto?

[ao som de 14 Bis]

"por tanto amor
por tanta emoção
a vida me fez assim
doce ou atroz
manso ou feroz.."

Já faz um tempo que procurava um jeito de passar minha antiga conta do blog pra um novo endereço. Infelizmente, como o servidor que usava é muito antigo, não aceitou exportações.
Resolvi então abrir mão dos antigos posts e começar um novo.
8 anos, 5 meses e 13 dias. Essa foi a duração do outro blog. Vejo esse novo como um recomeço, já que a vida é mesmo cheia desses clichês.
E começarei no fim: 31 de dezembro =)
(porque ser do contra é uma arte! haha)

Eu comecei a escrever este post antes da meia noite, são 5 e 39 da manhã. 05:39 e não consigo escrever mais nada.
Acho que o fato de não ser apenas meu mais me deu um bloqueio :s

No meu último post de lá, tinha deixado um trecho de uma música que não ouço muito, mas que gosto demais:

"Lembro das tardes que passamos juntos
não é sempre, mas eu sei
que você está bem agora
só que neste ano o verão acabou
cedo demais..."

E é claro que ele tinha endereço certo. Hoje uma amiga que tava na fossa veio pra cá. E como toda boa fossa pede, os cds da Legião rodaram até, e essa música começou a tocar, logo lembrei do post.

Depois de tantos anos de blog, de posts, amigos, histórias, músicas, fotos, imagens, poemas e tantas outras coisas, percebi que gosto mesmo de escrever sobre a relação que tenho/mantenho com meus amigos. Pra quem cresce longe da família sabe a importância que eles têm, e muitas vezes, até mesmo quando estamos próximos à família eles podem ser muito mais relevantes. Gosto porque é através da escrita que avalio e reavalio meu posicionamento, minhas atitudes.
Acerca de algumas me sinto orgulhosa. De outras, nem tanto.
E meu último post no outro blog e meu "primeiro" desse tinha que ser falando deles, meus tão amados e implicantes amigos :)

Esses dias fui, indiretamente, chamada de otária. "Porque quem aceita esse tipo de coisa é otário!" - palavras do interlocutor. E não ligo em ser.
Defeitos nós temos até pra serem enumerados de trás pra frente, em ordem alfabética ou por recorrência, e os meus.. nuh! Mas se tem uma coisa em que sou feliz por ter é lealdade. Faço da minha casa a casa dos meus amigos que precisam, do meu colo o refúgio e das minhas palavras tentativa (reforço, tentativa) de conforto. Gosto de saber que eles podem contar comigo quando precisam e que mesmo que o tempo e a vida passem, isso aqui não passa.
Decepção nós temos a todo momento. Decepcionamos muito também! Este ano uma colega da faculdade e eu estávamos conversando sobre isso, e lembro bem de ter falado com ela que estava tentando perdoar em mim aquilo que não aceito pra evitar julgar no outro. E quando este "otária" veio alto e sonoro, entendi. E entendi que meus amigos não são obrigados a estar por minha conta, nem a me ligar quando eu sinto saudades (se eu sentir saudades, eu que ligue uai!), e principalmente, não são obrigados a gostar de mim do jeito que gosto deles, afinal, há tantas maneiras de se demonstrar que não dá pra "contabilizar" um nível. Ainda assim continuarei "otária". Se por otária entendo aquela pessoa que continua aqui, eu sou. Se por otária entendo aquela pessoa que perdoa, eu sou. E se por otária entendo aquela pessoa que abraça de novo, deixando pra lá aquilo que nem vale a pena, eu sou. Ignorar é uma coisa que eu faço com quem não tenho intimidade. Amigo a gente não ignora, aprendi. Não desejo o mal de ninguém também, cada um sabe a profundidade da própria sepultura que cava.
Depois de uma sacudida que eu tomei da vida (pra ser sutil) meu pai me falou "filha, chora não, o ser humano é o bicho mais estranho e mesquinho que existe. Faz sua parte que o resto a vida faz."
Tô fazendo.
Hoje só faço um apelo: se gosta, demonstra. Independente de como.

Eita, passou das 6, e ainda tenho que dormir ¬¬

=* =)